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01/09/2024 às 10h34min - Atualizada em 02/09/2024 às 00h00min

Ação do IAC-CE comemora 18 anos da Lei Maria da Penha com visita guiada à Casa da Mulher Brasileira

Iniciativa destaca a importância da proteção às mulheres idosas e a conscientização sobre a violência de gênero

JACY ABREU
Divulgação = IAC-CE

O Brasil enfrenta uma preocupante crise de violência contra mulheres idosas, especialmente aquelas com mais de 60 anos. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Disque 100 recebeu 47 mil denúncias de violência contra idosos no primeiro semestre de 2023, totalizando 282 mil violações, muitas delas envolvendo mulheres. Esses abusos variam de violência física e psicológica a negligência e abandono, sublinhando a gravidade da situação que afeta essa população.

Em resposta a essa realidade e para celebrar os 18 anos da Lei Maria da Penha, o Instituto de Arte e Cidadania do Ceará (IAC-CE), Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos com sede em Fortaleza, estado do Ceará, realizou, em agosto, uma ação especial com as participantes dos projetos Envelhe Ser Ativo, Vozes do Amanhecer e Viva+Periferia. A iniciativa incluiu uma visita guiada à Casa da Mulher Brasileira do Ceará, integrando a programação do "Agosto Lilás", mês dedicado à conscientização sobre a violência contra a mulher. O objetivo foi proporcionar às idosas um momento de reflexão e fortalecimento de seus direitos.

A psicóloga Ingrid Massuco, supervisora dos projetos para pessoas idosas do (IAC-CE), enfatizou a importância de conscientizar e garantir o acesso a recursos locais para mulheres idosas que vivenciam situações de violência. Segundo ela, a visita à Casa da Mulher Brasileira foi concebida para orientar essas mulheres de forma prática, apresentando-lhes um local em sua própria cidade que acolhe denúncias e oferece assistência especializada. A iniciativa não apenas informa, mas também capacita essas mulheres a reconhecerem seus direitos e a buscarem ajuda em casos de violência.

No Brasil, as mulheres idosas enfrentam uma dupla vulnerabilidade: a violência de gênero e o preconceito etário. Essas formas de violência se manifestam de diversas maneiras, incluindo agressões físicas, psicológicas, financeiras, negligência e até abuso sexual. Muitas dessas mulheres dependem financeira ou emocionalmente de seus agressores, frequentemente familiares ou cuidadores, o que torna a denúncia e a ruptura do ciclo de violência ainda mais desafiadoras.

Ingrid Massuco destacou também o papel da cultura na perpetuação dessa violência: "Essa geração foi, em muitos casos, condicionada a normalizar as violências cometidas por seus companheiros. Por anos, aprenderam a aceitar essas situações como parte da vida, o que torna o enfrentamento ainda mais difícil. Nossa missão é desconstruir essa cultura de aceitação e resignação, promovendo uma conscientização ativa sobre a necessidade de denúncia. É vital que essas mulheres saibam que há órgãos públicos prontos para receber suas denúncias, tomar as providências necessárias e, acima de tudo, protegê-las. Estamos aqui para garantir que elas não estão sozinhas e que a violência, em qualquer forma, não deve ser tolerada."

Situação no Nordeste
O Nordeste do Brasil, uma região marcada por profundas desigualdades socioeconômicas e culturais, apresenta números alarmantes. Nessa região, a violência contra a mulher idosa é exacerbada por fatores como pobreza, machismo estrutural e a falta de políticas públicas eficazes. Estados como Bahia, Pernambuco e Ceará estão entre os que mais registram casos de violência contra idosas.

A violência contra mulheres idosas no Brasil reflete uma sociedade que desvaloriza tanto o envelhecimento quanto o feminino. Essas mulheres são frequentemente invisibilizadas nas políticas públicas e na mídia, e suas vozes são muitas vezes ignoradas nos espaços de decisão. Essa marginalização contribui para a perpetuação da violência, uma vez que a sociedade não reconhece ou não responde adequadamente às necessidades e aos direitos dessas mulheres.

Além disso, a estrutura familiar tradicional, ainda predominante em muitas partes do Brasil, pode contribuir para a naturalização do abuso. A dependência econômica, combinada com a expectativa de que as mulheres devem servir como cuidadoras até o fim de suas vidas, muitas vezes sem reciprocidade, coloca as idosas em uma situação de extrema vulnerabilidade.

O Instituto de Arte e Cidadania do Ceará (IAC-CE) defende que, para enfrentar essa realidade, é crucial promover uma mudança cultural que valorize o envelhecimento e reconheça a dignidade e os direitos das mulheres idosas. É essencial que as políticas públicas sejam desenhadas e implementadas com foco na proteção dessas mulheres, garantindo acesso a redes de apoio, serviços de saúde especializados e mecanismos eficazes de denúncia. Somente com uma abordagem integrada e humanizada será possível reverter essa triste realidade que aflige tantas mulheres idosas no Brasil, especialmente na região Nordeste.

A visita guiada do Instituto de Arte e Cidadania do Ceará (IAC-CE) com as participantes dos projetos Envelhe Ser Ativo, Vozes do Amanhecer e Viva+Periferia à Casa da Mulher Brasileira do Ceará contou com a cobertura jornalística da equipe do Bom Dia Nordeste (TV Diário e Verdinha FM)

Para mais informações sobre projetos executados pelo IAC-CE, acompanhe o Instagram (@iac.ce) ou entre em contato através do  telefone: (85) 3235-6683

Contato para a Imprensa:
Assessoria de Imprensa: Jacy Abreu
WhatsApp e Celular: (85) 99712-5136
E-mail:
[email protected]

 

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JACYLETE MARIA ABREU DE OLIVEIRA
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